Sunday, May 31, 2009

Bilhete de comboio.

Amanhece, o suor escorre pelo meu corpo. Acordo num sobressalto, mas era apenas um pesadelo. O medo de não acordar, tudo parecia tão real.. O sossego do dia, do sol, a calmaria da manhã dá paz ao meu espírito.. Numa correria, tropeço no caminho para o comboio - se não estivesse atrasado seria de estranhar- , mas não passa de um tropeço na rotina.
"Atenção senhores passageiros o comboio...." esta lengalenga todos os dias, já lá vão uns anos desde que a oiço.
Entro no comboio, a minha mente vagueia, como sempre tudo me desperta a atenção, os sonhos que existem dentro de uma carruagem de comboio são inimagináveis. O sorriso de uma criança, o choro de uma mulher, a conversa de dois colegas. Para mim observa-los parece levar-me a uma melhor compreensão de mim próprio, mas pergunto-me "O que faço aqui? ".
Uma correria abrupta, uma carruagem cheia. Uma criança pede um brinquedo igual ao que a outra tem, e a mãe com tristeza responde que não pode ser, este mês já não pode ser. Será que pequenos pedidos inocentes como este passam despercebidos?
O olhar daquela mãe feriu me o coração. O querer dar e não poder o amor de forma incondicional, e não ter condições. A outra criança talvez nem ligasse, talvez para ela não passasse de um entre muitos brinquedos, mas era um pequeno sonho de uma inocente criança.

Continua...

Thursday, May 28, 2009

SOU IMPORTANTE!!!


Gritou o grão de areia.....

SilêncioTempo

O beliscar do Silêncio,
O murmúrio do
Tempo,
Fazem com que
Atire baldes de letras

Em vez de pintar, pintar delicadamente.

Esse murmúrio que me incomoda
,
Que ninguém repara nem escuta.

Aoçihdfgvaiophgaçgbfkln

Bihlvuinsfbvaçof

Lljkbsdflgvbuldfvb

Klosugbdfkvbsçdiofvhbsç

Sobrepõem-se à minha capacidade

Não controlo
O
Silencio não fala comigo
O
Tempo não pára para me perceber...

Tuesday, May 19, 2009

Deambulações

Já nem as paredes do meu quarto escutam o que digo. Porque é que os que mais amo, entram na minha vida e saem, desaparecem, num abrir e fechar de olhos?
Aqueles em que depositei toda a minha confiança parece que não querem saber.
Deparo-me com o mesmo cenário todos os dias. Dou por mim deitado na minha cama sem ninguém do meu lado. O telemóvel vibra, será que vale a pena olhar?
Entre mensagens incessantes, não identifico o que realmente sou, não escrevo o que realmente penso. Escondo-me. porque tudo aquilo que pensava ser verdade desabou.
Um fita de cinema, um livro aberto.. Quero escrever, mas não consigo. Corro mas não alcanço..
Os meus sonhos são como uma gota da chuva que cai no oceano... Essa gota desaparece.. Apaga-se.. Será que vale a pena levantar os braços?
Alguém um dia me disse.. O que não nos mata torna-nos mais forte... mas serei eu forte o suficiente?

Wednesday, May 13, 2009

Amor de Filho..

Refresca-me a memória...
Lembro-me daqueles olhos, aquele vazio no teu olhar, consegui ver que não estavas bem, como que uma ausência de espírito.
Queria saber o que se passava, mas era muito criança.
Sentia que te estava a perder. Eras o mais importante na minha vida, mas a tua vida desvanecia-se à minha frente.
Nos teus braços a minha vida fazia sentido, com o teu calor sentia esperança.
Não te queria perder, tinha vontade de te agarrar. Mas não tinha força.
Puxar-te, tirar-te desse mundo onde perdeste. Apesar de todo os teus erros, acreditaste em mim como Ninguém. Muito do que me ensinaste reflecte-se no que sou. No rapaz em que me tornei, sei que erro, sei que não sou perfeito, mas quero que te orgulhes de mim onde quer que estejas.
Aquela sala de hospital, em que parecia que o relógio não queria que lá estivesse. Aquele abraço.
Aquele dia em que acordei, e faltava uma parte de mim. O meu coração estava sufocado.. Senti um vazio.
Procurei respostas, mas todos se fecharam. Queriam proteger a criança, não queriam que ficasse chocado.
Mas dentro de mim eu sabia.
Perdi-te. Perdi o teu abraço. Perdi o teu sorriso. Perdi-me.
as horas passavam. Dentro de mim haviam questões por fazer, tantas coisas por perguntar. Onde estavas tu? Onde estás tu?
Guardo dentro de mim, aquilo que me ensinaste, o teu sorriso, a tua humildade, a tua sinceridade, a tua paciência.
Peço desculpa por não te ter tirado de lá.. Não consegui, desculpa-me.
Até hoje, não por mal, mas poucas foram as vezes que chorei por ti. Apenas para proteger os que me rodeiam.
Tu foste forte, eu não consigo ser como tu. Mas esforço-me e dou o meu melhor.
Prometo que não te vou desiludir. Nunca,

Amo-te.. Pai

Tuesday, May 12, 2009

Mentira..

Realidade Afectuosa..
Mentira..
Quero compreender tudo..
Mentira..
Sentimento ofegante..
Mentira..
Exaspero num monologo..
Monologo Embriagado..
Estou embriagadamente louco..
Sobriamente apaixonado..
Mentes..
Mentes realmente?
Ou apenas crias um retrato..
Transmites algo que não queres..
Apenas gostava de caminhar na inocência..
Aprender a Errar..
Ou será Aprender com os Erros?
Mentira..
No que é que acredito?
Acredito numa mentira...
Mentira exaustiva..
Mentira cíclica que me leva a mentir..
Que me leva a acreditar que já não mentes mais..
Mentia, se não estivesses a mentir sobre tudo o que disse ser..
Mentira..