Monday, December 14, 2009

Desejos para 2010

Detesto prognósticos do que quer que seja, então quando se trata de um ano inteiro, são só 365 dias de desejos, de expectativas, de coisas para concretizar, muitas das quais nos levam a malabarismos na rotina.
Sim, malabarismos, visto que tantos e tantos dias passam, e tantas vezes nos apercebemos do quão insignificantes nos tornamos à medida que nos perdemos entre pensamentos do dia-a-dia. Um ano novo pode mudar muita coisa, sim, vou lutar para que mude, não vou desejar apenas, vou correr atrás.
O “Era uma vez…” muito bonito, nas histórias da Disney, já na vida real já não é bem assim, damos por nós e os dias já foram, um ano inteiro, já se prepara o Natal.
Agora é que se lembram de todos, e lutam por muitos, porque durante o resto do ano, aquele sem-abrigo na Praça da Figueira, não passava de uma coisa embrulhada num cobertor velho.
Bem quanto a este ano que nos espera desejo…
Sim, prefiro deixar na incógnita, esperar que cada dia fale por si, embora na expectativa comum e mortal, de uma vida melhor, paz, saúde, amor, carinho e afecto.

O que é que vai sair daqui...

Hoje apetece-me escrever mas não sei bem o quê, esta vida começa a sobrepor-se à minha capacidade de expressão. Cada dia passa num sufoco, enquanto espero que acabe, apenas para poder voltar à minha almofada e contar lhe tudo o que se passou.
Bem, tudo o resto começa a tornar-se insignificante, sinto-me só, sim, desta vez admito e sem medo de errar, preciso, necessito diria mais, desespero por ter alguma pessoa do meu lado, sim uma rapariga.
Torna-se tão invisível o verdadeiro desejo de ter alguém, no meio desta correria, no meio de tantos e tantos adolescentes que levam o Amor ou até mesmo a Paixão com leviandade. Sim, critiquem, na verdade também não sou perfeito, mas desta vez sinto que preciso de alguém para me sentir eu, para o meu ser fazer sentido.
Os meus dias parecem acabar sempre da mesma maneira, os mesmos temas, as mesmas discussões.
Uma amiga uma vez disse-me que gostava de rotinas, oxalá houvesse um alguém que rompesse a minha rotina e me fizesse despertar..
É complicado de admiti-lo, e muitos não o conseguem fazer, embora eu não compreenda o porquê. O simples esboçar de um sorriso, dizer "Amo-te!" parece que se tornou algo abominável no meio em que vivemos.
Peço desculpa se sou eu que estou errado, mas onde cresci ensinaram-me a ser assim, sincero, humilde.
Hoje, navegamos por estas letras que parecem não nos levar a lado nenhum, mas hão-de nos levar a um porto, e, quando dermos por nós, estamos a escrever o Livro que foi a nossa vida.

Wednesday, December 9, 2009

Bailarina..

A música parou, o cansaço instalou-se, deixas-te cair mesmo antes do cair do pano. Então bailarina, porque choras? Porque hesitas? Não podes deixar-te levar pelos sonhos dos outros, acredita em ti, a tua expectativa és tu própria não te culpes pelos erros dos outros.
Lágrimas volvidas, histórias contadas, contos dispersos, danças inacabadas. Dança bailarina, dança, vais ver que vai tudo correr bem.
A plateia está vazia, os lugares ocupados pelo silêncio e pelas sombras do coliseu, danças sem saber o porquê, sem saber para quê..
As perguntas são sempre as mesmas, as respostas já essas, tardam em aparecer. As dores fazem-te querer parar, as mágoas trazem-te más lembranças, o palco apenas reflecte a tua silhueta por causa da luz que rompe o pano do coliseu.
Já chega, chegou a hora de levantar o pano, o dia do espectáculo o dia em que vão dar valor ao que sofreste, ao que lutaste, será que eles vão lá estar? Deles não posso falar, mas eu vou estar sempre aqui para te apoiar bailarina. Para te erguer quando te sentires a fraquejar.
Sim deixa-me ser essa tal luz que rasga o pano, deixa-me ser eu a projectar a tua silhueta, deixa-me ser esse palco, para que possa amparar as tuas quedas, para que possa sentir as tuas lágrimas, ser essa plateia vazia, para que o teu gemer ecoe em mim e realmente valorize o que és.

Shhh, agora o espectáculo vai começar..

To: Maria